Um aplauso às mulheres na ciência!

11.02.2022

As mulheres representam apenas 29 % dos doutoramentos nos setores da engenharia, indústria transformadora e construção em toda a UE. Também só representam 25 % dos profissionais independentes que desempenham profissões técnicas em domínios como a ciência, a engenharia ou as tecnologias da informação e da comunicação. Estão também grandemente sub-representadas entre os inventores, sendo que apenas 10 % dos pedidos de patentes são apresentados por mulheres.

As mulheres desempenham um papel fundamental na promoção da inovação e do progresso científico e tecnológico, como demonstrou, recentemente, a sua contribuição para o desenvolvimento de novas vacinas de ARNm contra a COVID-19.

Entre as muitas descobertas que tornaram possível a vacina contra a COVID-19, encontra-se a de Katalin Karikó, uma cientista nascida na Hungria. A ideia por ela proposta, segundo a qual o ARNm poderia ser utilizado para combater doenças foi, inicialmente, considerada demasiado arriscada do ponto de vista financeiro. No entanto, graças à sua persistência, Katalin Karikó, acabou por desenvolver, juntamente com um antigo colega, um método para utilizar ARNm sintético. Esta descoberta está agora na base das vacinas contra a COVID-19 mais frequentemente utilizadas. A primeira vacina de ARNm foi desenvolvida em 2020 pela famosa empresa biotecnológica BioNTech, cofundada em 2008 pela médica, cientista e empresária alemã Özlem Türeci.

No entanto, estas realizações continuam frequentemente a passar desapercebidas e as mulheres e raparigas continuam a ser excluídas de participar plenamente na ciência.

A fim de garantir às mulheres e às raparigas um acesso pleno e equitativo e promover a sua participação na ciência, bem como continuar a avançar para a igualdade de género e a capacitação das mulheres e das raparigas,a Assembleia Geral das Nações Unidas declarou, em 2025,que no dia 11 de fevereiro se passaria a celebrar o Dia Internacional da Mulher e das Raparigas na Ciência (ligação externa).

A ciência e a igualdade de género são dois aspetos essenciais para a consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Ao longo das últimas décadas, a comunidade mundial fez grandes esforços para inspirar e promover a participação das mulheres e das raparigas na ciência.

 

O que está a UE a fazer para aumentar a participação das mulheres na ciência, na tecnologia, na engenharia e na matemática (CTEM)?

A UE está empenhada em promover a igualdade de género nos domínios da investigação e da inovação. Este objetivo faz parte da Estratégia para a Igualdade de Género 2020-2025, que estabelece um compromisso mais vasto no sentido de garantir a igualdade em todas as políticas da UE.

No ano passado, a UE lançou a iniciativa Women TechEU, que presta apoio a 50 empresas tecnológicas em fase de arranque lideradas por mulheres através de um orçamento de 3,8 milhões de euros. O programa proporciona serviços de orientação e aconselhamento de alto nível às mulheres que fundam empresas, bem como um financiamento específico consagrado ao desenvolvimento das mesmas.

Segundo o novo critério de elegibilidade do Horizonte Europa as organizações de investigação que se candidatam a financiamento devem dispor de um plano em matéria de igualdade de género viável, que inclua como objetivo um equilíbrio de género de 50 % em todos os órgãos de decisão e avaliadores relacionados com o Horizonte Europa.