Uma Aliança para o Multilateralismo destinada a promover a cooperação mundial

30.09.2019

A Alta Representante da UE, Federica Mogherini, manifestou o firme compromisso da União em aderir e apoiar uma nova iniciativa franco-alemã denominada «Aliança para o Multilateralismo». O seu objetivo é promover a cooperação internacional perante a tendência crescente para o nacionalismo e o isolacionismo.

Na sua intervenção na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, na quinta-feira, 26 de setembro de 2019, juntamente com o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Heiko Maas e o seu homólogo francês, Jean-Yves Le Drian, Federica Mogherini declarou que a UE tinha «aderido à aliança para o Multilateralismo precisamente porque todos partilhamos o mesmo objetivo: todos queremos proteger, reformar e expandir o sistema multilateral de governação mundial.»

Woman talking during a meeting

Mogherini afirmou que as ideias que levaram à criação desta aliança estão no cerne da estratégia global da União Europeia para a política externa e de segurança, adotada em 2016.

No seu discurso, centrou-se em dois domínios abrangidos pela aliança, por um lado, a cibersegurança e os sistemas de armas autónomas e, por outro, a segurança climática.

No que diz respeito à cibersegurança e aos sistemas de armas autónomas, Federica Mogherini salientou que a UE tinha criado o Painel Mundial de Tecnologia, uma plataforma «onde os governos e o mundo da tecnologia devem trabalhar em conjunto para resolver, ou pelo menos contribuir para resolver, problemas de caráter mundial.»

Acrescentou ainda que «beneficiamos do seu génio coletivo e das suas competências técnicas em questões complicadas, como os sistemas de armas autónomas Letais - que examinámos em conjunto com os ministros da Defesa da UE em agosto - e a cibersegurança. O Painel Mundial da Tecnologia pode dar um contributo importante para os trabalhos da aliança que visam promover verdadeiros debates num espírito de resolução de problemas.»

No que diz respeito à segurança climática, afirmou: «Nestes anos, colocámos ‘o clima, a paz e a segurança’ no centro das nossas prioridades. Subscrevo inteiramente o vosso apelo à coordenação, à partilha de informações e à elaboração de relatórios periódicos sobre os riscos relacionados com o clima.»

Em seguida, acrescentou: «Gostaria simplesmente de mencionar que nos últimos anos disponibilizámos as nossas imagens de satélite europeias aos países que se deparavam com fenómenos meteorológicos extremos. Trata-se de uma tecnologia de craveira mundial, o melhor sistema global de imagens de satélite, que partilhamos gratuitamente. Quando investimos na luta contra as alterações climáticas, investimos na nossa própria segurança. Trata-se de uma questão de segurança fundamental. As boas notícias são: tal não é irreversível. As alterações climáticas são provocadas pelo homem e as soluções também são trazidas pelo homem.»

Para concluir, Federica Mogherini, afirmou: «Sobre o clima, tal como em relação a todas as questões de segurança, o mundo precisa da nossa cooperação. As soluções multilaterais são, acima de tudo, mais justas e equitativas, uma vez que têm em conta um maior número de pareceres. Mas as soluções multilaterais são também muito mais eficazes, uma vez que só unindo as nossas forças poderemos resolver as crises complexas dos nossos tempos. O multilateralismo é a resposta e estamos orgulhosos de fazer parte desta aliança.»

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